Artigos
Temporada de Caça
Este texto de Jorge Antunes trata da compra feita, pelo governo brasileiro, de 36 caças a serem incorporados à Força Aérea Brasileira. A compra vai fazer com que o Brasil assuma uma dívida de 17 trilhões de reais. Antunes, neste texto, critica a compra, lembrando que o preço de uma única aeronave –e não das 36– daria para sustentar uma orquestra sinfônica por alguns anos.
República, Hino e Copa do Mundo
Neste artigo, Jorge Antunes trata do Hino de Portugal composto por Alfredo Cristiano Kiel (1850-1907) em 1890. O hino foi escrito em resposta ao Ultimatum britânico, sobre as pretensões portuguesas de ocupar os territórios entre Angola e Moçambique. O compositor português Cristiano Kiel morreu em 1907 sem imaginar que três anos depois a República seria proclamada e que seu hino viria a ser apropriado pelos republicanos para tornar-se o hino nacional. Com um texto divertido, Antunes relata a história do hino, sempre cantado pela seleção de futebol de Portugal durante as Copas do Mundo, e que tem letra de Henrique Lopes de Mendonça (1856-1931).
Renúncia?
Este é o único artigo de Jorge Antunes que nunca foi publicado. Foi escrito em 2016 quando a presidenta da República Dilma Rousseff era ameaçada de impeachment, e alguns sugeriam que ela renunciasse. Os jornais Correio Braziliense e Folha de São Paulo se negaram a publica-lo. No texto Antunes faz um histórico dos casos de renúncia de políticos brasileiros, desde 1961 com Jânio Quadros. Antunes conclui ser impossível a renúncia da presidenta, dizendo que “Dilma não está preocupada com Dilma. Dilma não está preocupada com uma boa saída para Dilma.” O artigo encera com a afirmação de que “… a magnanimidade e a altivez dela a fazem bem mais preocupada com o Brasil e nosso futuro democrátic,o do que com ela própria.”
Povo sem Autonomia
Neste artigo Antunes analisa a crise política vivida no Distrito Federal, no momento em que denúncias de suborno de políticos locais eram escancaradas em filmes clandestinos divulgados pela imprensa. O povo do Distrito Federal perdera sua autonomia. Os poderes legislativo e executivo estavam tomados por corruptos. A intervenção federal chegou a ser hipótese aventada na oportunidade.
Plínio o novo, o Elefante e o velho Chico
Este artigo foi escrito durante a campanha presidencial de 2014, quando Plínio de Arruda Sampaio foi o candidato do PSOL. No texto Jorge Antunes critica a posição de Plínio que, em declaração pública, disse: “… não vou andar em cima de um elefante na avenida Getúlio Vargas para atrair público para a panfletagem.”
Antunes diz que para atrair público, para a panfletagem e para os comícios, a militância pode e deve andar em cima de cavalos, mulas, carroças, elefantes, carros de som, tanques, palanques, camelos e tudo mais em que se possa ficar em cima. Indico uma única exceção: muro. Antunes defende a estetização da política, defendendo a ideia de que é necessário combater a terrível sisudez ideológica, panfletária e revolucionária.
ONU ganha cadeira no Conselho de Segurança do Brasil
Este texto ironiza o fato de o Brasil pretender contar com uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU, alimentando esperanças com o aval, para tanto, do presidente dos Estados Unidos. O título do artigo se refere ao fato inverso, pois que em 2012 a ONU deu início à construção de sua sede própria em Brasília.
O Conjunto da Obra
Esse artigo foi escrito em 2016, no momento em que havia alguma esperança de a presidenta Dilma Rousseff não sofrer impeachment. Ainda existia a possibilidade de alguns senadores mudarem seus votos. A expressão “conjunto da obra”, passou a ser bastante usada, para se referir à história de vida de políticos. Nesse texto Jorge Antunes rememora as histórias de vida de Dilma Rousseff e de Michel Temer, lembrando que a expressão “conjunto da obra”, aplicada a políticos, é coisa inusitada, porque ela sempre foi usada unicamente para se referir à produção de artistas.
O ativismo político na música erudita
Este artigo foi escrito em 2012 por encomenda da Revista Continente. Nele Antunes faz um histórico das manifestações artísticas envolvidas com o protesto social e a irreverência, desde o rap até a música erudita e a música popular em geral. Mas enquanto as inovações musicais de protesto surgiam, o mercado e os meios de comunicação do capitalismo tratavam de recuperar as produções ousadas, transformando-as em produto comercial, esvaziando seus discursos. No texto, Jorge Antunes conclui que a música erudita de vanguarda escapa dessa armadilha do mercado. A música erudita moderna e de vanguarda é a única vertente musical que resta, ainda hoje, não recuperada pelo sistema. Assim, ela passa a ser, ou a continuar a ser, o único suporte capaz de dar credibilidade a mensagens extra-artísticas de cunho social ou político.
Há 70 anos
Neste texto, escrito em 2017, Jorge Antunes rememora o ano de 1947, quando o PCB (Partido Comunista Brasileiro) teve seu registro cancelado. Colocando na pauta a situação de há 70 anos, o articulista lembra da constante ameaça que o conservadorismo ainda hoje pratica. Com o cancelamento do registro do PCB, em 1947, foram cassados os mandatos de importantes figuras históricas, tais como as do então senador Luis Carlos Prestes e dos deputados Jorge Amado, João Amazonas, Carlos Marighela, Maurício Grabóis, Gregório Bezerra, Joaquim Batista Neto, José Maria Crispim e Osvaldo Pacheco.
Governos do DF chefiando assassinos de trabalhadores
Neste texto, Antunes rememora o dia 6 de outubro de 2000, quando a polícia do Distrito Federal matou o trabalhador Gildo, funcionário do SLU (Serviço de Limpeza Urbana). O assassinato aconteceu durante repressão a um movimento grevista. Na autópsia do corpo do líder sindical, verificou-se que ele levou um tiro pelas costas. Gildo tinha 33 anos. Deixou esposa e dois filhos, uma menina de um ano e um menino de três. O artigo aponta para a culpa de diferentes governadores do Distrito Federal, que nunca conseguiram dialogar com os trabalhadores, sempre preferindo a intolerância e a repressão.